18 de abr. de 2013

O conceito de pós-modernidade na sociedade atual

O conceito de pós-modernidade tornou-se nos últimos anos, um dos mais discutidos (...) mas a noção de pós-modernidade reúne rede de conceitos ... dentre os quais podemos elencar: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós-urbano, pós-capitalismo... Colando-se  também em relação com o feminismo, a ecologia, o ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, a administração (...).


As características da pós-modernidade podem ser resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências das metanarrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos, conduzindo (...) a uma lógica cultural que valoriza o relativismo e a (in)diferença, a um conjunto de processos intelectuais flutuantes e indeterminados, á uma configuração de traços sociais que significaria a erupção de um movimento de descontinuidade da condição moderna. Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a idéia de que o mundo está cada vez menor através do avanço da tecnologia.
No campo urbano, a cidade é vendida aos pedaços porque nela há caos, (des)ordem: o efêmero, o fragmentário, o descontínuo, o caótico predomina.


Mudam-se valores: é o novo, o fugidio, o efêmero, o fulgaz, o individualismo, que valem. A aceleração transforma o consumo numa rapidez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde copos a maridos/ou esposas). A publicidade manipula desejos, promove a sedução, cria novas imagens e signos, eventos como espetáculos, valorizando o que a mídia dá ao transitório da vida. As telecomunicações possibilitam imagens vistas em todas as partes do planeta, facilitando a mercadificação de coisas e gostos.

"As invenções tecnológicas decodificadas como o computador, o relógio digital, o telefone celular, as secretarias eletrônicas, o vídeo, os satélites, as Nets redes (sistema htt// e www), os códigos de barras, “os cartões magnéticos multicoloridos que alimentam sonhos da era digital” (Mariano Neto, 2003, p.35)."
Modelos geram replicantes. As pichações viram grafites. O corpo enxuto é exaltado pela TV e por revistas. Juízos de autoridade ou defesa, na ausência de visão pessoal, são expressos em conceitos opacos como: (...) popular, conservador, moderno, pós-moderno. Como o corpo enxuto, a garganta, os pulmões, a glote, os dentes, a língua, as cavidades bucal e nasal devem produzir um único significado num único sentido: ser STAR.


Tudo é performance: os motoristas transformam-se em pilotos; a voz dos locutores das rádios FM é igual em todas as estações. Vale o extraforte, o superdoce, o minúsculo, o gigantesco. Vale o novo; um novo produto mais eficaz, um novo alimento mais saudável; uma nova TV mais interativa. Vale o extra, o super, o superextra, o macro.
Fantasmas e desvios nos rodeiam: no corpo – a doença (AIDS); na mente – a loucura; na natureza – a catástrofe; na economia – a queda das bolsas; na paixão – a morte; no orgasmo – o desprazer; no computador – o vírus.
As informações e a preocupação com a saúde da natureza são colocadas em xeque ou em cheque; no Brasil já existe uma nova indústria parecida com a da seca. É a “Indústria do meio ambiente”, recursos destinados à proteção das florestas, dos rios e dos animais são desviados pelo o Poder público, pelas ONG’s e organismos privados.
As senhas, para entendimento da pós-modernidade, são: a saturação, a sedução, o simulacro, o soft, o light, a globalização, a automação, a fragmentação, o chip. Os modelos são Michael Jackson e Madonna...que gravarão um disco, com numerosos colegas, para ajudar os “americanos a salvarem” refugiados de algum país latino-americano. Como assinala Otávio Lanni: “Ao lado da montagem, colagem, bricolagem, simulação e virtualidade”, muitas vezes combinando tudo isso, a mídia parece priorizar o espetáculo vídeo-clipe. Os mais graves e dramáticos acontecimentos da vida de indivíduos e coletividades aparecem, em geral, como um vídeo-clipe eletrônico informático, desterritorializado entretenimento em todo o mundo”.
Estamos vivendo um momento de fenômenos insólitos. Tudo se passa como se o futuro tivesse se tornado um lugar vazio. O procedimento pós-moderno é antes uma paixão do “tecer das alteridades” enquanto estamos diante da TV, bebendo um refrigerante Coca-cola, mastigando um Mcdonald´s feliz ou experimentando um biscoito Nestlé, sem (des)entendimentos da Nova Ordem Mundial, nova sociedade ou sociedade de consumo.

POR:  Márcio Balbino Cavalcante (adaptado)


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